segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Petisco delicioso

O tratamento de imagem do PAIGC abriu um buraco na cabeça de Aristides para lhe enxertar um par de cornos, simulados pela estrela preta em pano de fundo (vermelho, claro). Não é necessário ser especialista em semi-óptica para perceber que o Primeiro-Ministro encarna assim o Diabo, deixando o papel de Santo para Domingos Simões Pereira. 

Contudo, um site japonês não percebeu que era montagem e levou a coisa como um anúncio gastronómico (depois de tantas facadas nas costas, uma dentada na careca até parece coisa banal) e abriu um leilão para a primeira garfada na mioleira do Primeiro-Ministro, cuja licitação já vai em mais de mil bitcoins. Segundo os promotores, é garantido o sabor a terra (rança).

PS O título foi obtido através do Google tradutor. O segundo parágrafo é fake.

A face negra d'A Ministra

Toda a alma tem uma face negra, nem DSP nem Vossa Excelência fogem à regra. 
Tiremos à expressão todo o dramatismo, por ser para Si, usamos um eufemismo.


Desvendai-nos Vosso lado mauzão, o túnel secreto, a loja de horrores...
a droga escondida debaixo do chão, com poeira de sonhos e ruínas de amor.

adaptado de Rui Veloso

domingo, 29 de setembro de 2019

Pintar de preto

Todo o artista gosta de deixar a sua assinatura. Há gatos escondidos com o rabo de fora. Comparem-se dois rolos de papel higiénico da marca em promoção: rolo 1 e rolo 2 (este último o mais recente, em nome da CNE). 

Note-se que o mesmo erro, "DENIGRIR" já aqui corrigido, ocorre no início dos dois textos.

Nem vale a pena passar do primeiro parágrafo... para perceber que é o mesmo estilo, a mesma pessoa ou equipa.


A única conclusão possível desta brincadeira é a de uma CNE claramente instrumentalizada.

PS Informação "REDUTÍVEL"? Sim, à insignificância dos redactores.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O pato de fato é poliglota


Isto das traduções automáticas tem o seu perigo. Também o novo Acordo Ortográfico, com as suas incoerências, tem subtis armadilhas para enredar os seus incautos e ingénuos seguidores.

Vamos concentrar-nos apenas numa frase, para ilustrar esses perigos (mas não se pense com isto que este é um problema novo, das novas tecnologias: é a tradução em si, que é uma tarefa ingrata - uma vez que, segundo o seu currículo, depositado numa agência financeira, a senhora Ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau domina o italiano, decerto conhece o famoso ditado "traduttore / traditore").


Lamentavelmente, esqueceram-se de dizer qual a cor do fato que vai vestir a chefe da diplomacia da Guiné-Bissau, para o protocolo local poder orientar em consonância a toilette, indumentária e arranjos florais..

É a primeira visita "há séculos"? (é que "há séculos" é plural e quer dizer mais que um, pelo menos dois séculos, ou seja, remete-nos para 1819 ou antes, quando a Guiné só ganhou o "Bissau" em 1973: pateticamente traída pela gabarolice) Quando o algoritmo do google tradutor traduz "depuis des lustres" (exagerado e panegírico mas ainda dentro dos limites do tolerável) por "há que séculos" é porque foi como a maior parte das pessoas o traduziram; mas é uma expressão e deveria ser colocada entre aspas e não truncada, ao ser apagado o "que".

A Ministra (aliás, brevemente, ex-Ministra do Narco-Governo), apesar de afirmar dominar muitas línguas, parece prestar mais atenção à maquilhagem que às exigências da sua pasta, pois não deveria deixar os seus créditos por mãos alheias, entregando-se cegamente ao tradutor automático. É que a diplomacia é precisamente a arte das nuances (para dar um bom emprego a este galicismo).

PS Para efeitos pedagógicos, explique-se às criancinhas que mesmo no novo (des)acordo ortográfico, PACTO e FACTO continuam a ter e dizer o C de Cão. Fica também o aviso legal: este blog desrespeita o Acordo Ortográfico. Já agora, respeitando ortodoxamente o velho e o novo Acordo, o pacto germano-soviético que esteve na origem da II Guerra, foi de facto assinado nas duas línguas: alemã e russa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Devolva-se para correcção

COMUNICADO À IMPRENSA

O Gabinete do Primeiro-Ministro foi surpreendido por acusações infundadas ["a tua palavra contra a minha" não é forma de começar um comunicado oficial, que deve ser objectivo e evitar adjectivação] do Partido de da Renovação Social (PRS), bem do ao jeito desta formação política, na sua deriva de assaltar o poder a qualquer preço, mesmo que para tal tenha de usar dos meios de arremesso mais atípicos para denigrir denegrir a imagem dos dirigentes do PAIGC.

Associar ao tráfico de droga um Chefe de Governo que, em 3 mandatos intercalados [só dois dos três é que foram intercalados], apreendeu [e reencaminhou] cerca de 3 toneladas de droga, é, no mínimo, um paradoxo ou reflecte uma visão surrealista dos factos. Mas como o PRS tem sido especialista em montagens, demagogias e incoerências de todo o tamanho, o Gabinete do Primeiro-Ministro se reserva ao reserva-se o direito de não responder aos ataques desferidos deliberadamente e na base da personalização [isso é outra coisa] pessoalização dos assuntos de Estado, limitando-se a esclarecer o essencial:

1.     O passaporte emitido a favor do cidadão colombiano, de quem ao qual o PRS faz referência, é um passaporte falso [afirmação gratuita e, para além do mais, falsa… o passaporte estava pretensamente válido, uma vez que despediram quem o passou, para lavarem as mãos e varrerem para debaixo do tapete] que o Governo mandou bloquear [hoje], uma vez que a sua atribuição não obedeceu aos critérios de da regulamentação em vigor. Acresce o facto da assinatura de um do documento em referência não ser autêntica do da titular do pelouro responsável da pasta [pelouro é nas câmaras municipais], neste caso a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Comunidades ou seu substituto legal, além de que não possui selo branco, em uso para o efeito;

2.    Pelo que se sabe até aqui, o cidadão em questão [deveriam ter acrescentado aqui "já"] não se encontra preso, contrariamente ao que diz o comunicado do PRS [mais uma mentira: o comunicado do PRS diz textualmente “o cabecilha Jhon Jaime Zambrano já se encontra em liberdade”], ainda que seja perceptível a tentativa de associar ao o suspeito a outras personalidades já cadastradas, numa [idem] tentativa de justificar acusações sem fundamento [como confissão, seria impossível fazer melhor: não nos tomem por parvos, querem-nos convencer que o homem é um santo, apesar, claro, de transportar um passaporte a que chamam “falso”? o Primeiro-Ministro assume-se claramente no papel de advogado daquele que reconhece como acusado? mais valia manter-se calado];

3.     As investigações desencadeadas no âmbito das últimas apreensões de droga continuam, para apurar os verdadeiros [os que apanharam são falsos? já ninguém entende] autores materiais e morais do suposto [ah! afinal é só uma suposição, a cocaína era bluff], numa operação que envolve as Organizações da Polícia Criminal (OPC) [opá, que sigla interessante… faz parte da nomenclatura da ONU?], sobretudo a Polícia Judiciária. Estamos certos que no final destas investigações, muitas vozes se vão calar e, acto contínuo, o cidadão anónimo saberá quem são os narcotraficantes;

4.     Para que conste e outros esclarecimentos, o Gabinete do Primeiro-Ministro vem anunciar que o cidadão Aristides Gomes vai avançar com uma queixa-crime junto das instâncias judiciais competentes, não só como forma de levar à barra de julgamento os actores autores dessas acusações falsas ou sem fundamento, mas também, que serviria para preservar a sua boa imagem [e quem é que disse que tem boa imagem? mas parece que quer preservar aquela que tem, de narcotraficante].

Ambiente de negócios/CCIAS: Casa arrumada

Os funcionários diligentes do Secretariado da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços foram transferidos e substituídos por outros quadros, altamente qualificados. 

Tudo, no âmbito da nova dinâmica desta Câmara, (prevista no seu Programa) com a intenção de garantir maior rigor e qualidade dos serviços prestados por esse Secretariado. MdT

MNE - Não nos tomem por parvos!

Numa patética declaração, a MNE, apanhada com as calças nas mãos, decidiu ‘agir’, suspendendo o elo mais fraco - e conivente com a sua trapaça: suspendeu o funcionário que timidamente apostrofou (pel)'A Ministra.

É tudo mentira: o MNE, afinal, serve para dar cobertura a traficantes, essa é que é a verdade e que ninguém pode escamotear. A Polícia Judiciária que não se deixe enganar... deve agir rapidamente para tirar a limpo este esquema que não passa de uma bofetada e um atestado de incompetência.

Felizmente a PJ tem mais do que aquilo que podiam imaginar...bo sinta bo sukuta!!!

PS Curioso alinhamento no DC: 11h45 > 16h43.

Frianta noba

O blog conosaba (não é cosanoba!) serve uma "notícia" que, para além de copiada, é esquentada (com quase um mês: eis o original). O que pretendem, associando o texto às novas imagens? Apoiar o patrocinador ou mostrar que não sabem escrever? É que, se foi porque engraçaram com a ideia da expressão "dar o seu quinhão", fiquem a saber que está formalmente errada. Qualquer pessoa normal diria "dar o seu modesto contributo", mas não é essa a questão. É que o quinhão não se dá, recebe-se. É uma parte positiva num espólio, num negócio, numa herança. A palavra adequada, neste contexto (por oposição, implicando um dever em vez de um direito), seria "quota-parte". A língua deu a Domingos uma facada nas costas, traindo a sua psicologia e mostrando que mesmo quando este dá um chouriço, está sempre à espera de receber um porco em troca...

PS Frianta tchon já não serve para slogan do terra ranca, desde que Nuno ranca dinti de nhu Dominguinhu pa frianta boca. É excesso de "z"elo, vai dizer o candidato do MADEM.

Lançamento de novo modelo

A Doc Martens lançou um novo modelo, exclusivamente reservado aos apoiantes lambe-botas de DSP.

Apresse-se a encomendar, pois corre o risco de esgotar, ou então, se está agarrado ao tacho, a apresentar a sua demissão do PAIGC e a aderir à geringonça (inscrevendo-se, indiferentemente, no PRS, na APU, ou no MADEM).

DSP, que mais uma vez cantou vitória antes do tempo, pode arrumar as botas (ou mesmo morrer com elas calçadas, pois assentam-lhe que nem uma luva).

Acordo político

No dia 13 (faz lembrar o beijo de Judas) de Março, no acto de assinatura do acordo político, quando todos três ainda se julgavam candidatos às eleições presidenciais pelo PAIGC. O último a rir...

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Facada nas costas


Depois de ter prometido o lugar para o qual concorre a Cassamá (em troca da usurpação da ANP); a Nuno Nabian (em troca do acordo de incidência parlamentar); e sabe-se lá a quem mais, DSP mostra-se ofendido com a volatilidade do candidato da APU, ignorando o acordo político assinado. Ora os acordos políticos são como os comerciais: só duram enquanto interessam às partes. 

Mas voltando ao assunto das violações dos acordos. Resumindo: DSP não cumpre aquilo que promete às pessoas, mas espera que as mesmíssimas pessoas cumpram aquilo que lhe prometeram? Será simples ingenuidade? De todo o modo, só a ideia de uma geringonça à moda do Costa (a qual não só se aguentou, mas pelos vistos, vingou), provocou uma tontura ao candidato presidencial do PAIGC, que já ameaça ir fazer queixinhas à CEDEAO.

Resta saber qual a facada com que Cassamá pensa retaliar, após ter sido desautorizado, provocando grande estupefacção em Luanda. Dadas as circunstâncias, emprestar alguma celeridade ao processo parlamentar de votação do OGE constitui uma oportuna possibilidade: se conseguiu empatar, também consegue desempatar. É capaz de ainda lhe dar uma crise de excesso de zelo, só para apressar a queda de quem lhe deu uma facada nas costas.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Fakes e facadas nas costas


A falsificação da assinatura de Braima Camará é tão tosca, que apresenta os As de Braima em maiúscula e os as de Camará em minúscula. Mas não é o único sinal dissonante: o falsificador trocou as sílabas e "autografou" Caramá em vez de Camará. Contudo, pode confirmar-se, sem grandes margens para dúvidas, a autenticidade do papel timbrado e do carimbo da CCIAS.

Há que questionar a razão desta fake que, apesar de tão óbvia, parece ter escapado à perspicácia do jornalista Aly Silva. Já as supostas fakes que circulam, com o carimbo pessoal da MNE, não aparentam qualquer sinal exterior de falsificação, aliás pelo contrário... (não ser a assinatura da Ministra, não tira autenticidade ao documento, quer apenas dizer que a dita mandou alguém assinar por ela: o apóstrofe autografado significa genuinamente pel' "A Ministra").

Tanto esforço para disfarçar as evidências em causa é suspeito. Esta tentativa de diversão parece servir apenas como cortina de fumo, para distrair as atenções... 

O espírito democrático do ditador de algibeira


Domingos Simões Pereira "adverte" o povo guineense, e "em particular, os eleitores", que "qualquer erro na escolha do futuro Presidente da República nas eleições agendadas para o dia 24 de novembro custará muita coisa ao povo guineense". Ou seja, quem não alinhar com a sua esquizofrenia está, pura e simplesmente, errado. Não só está errado, como vai pagá-lo caro. Porque o senhor é o detentor da verdade absoluta. É decerto uma muito particular concepção da democracia.

A Conferência de Chefes de Estado da CEDEAO ignorou a ameaça que representa o terrorismo na Guiné-Bissau, país com uma concepção muito particular de terrorismo. Agora que o terrorismo atingiu a maioridade, uma vez que o 11 de Setembro fez 18 anos, talvez se justificasse a revogação e actualização dessa lei. Contudo, a Lei é a Lei, e é para cumprir. Para além de todas as acusações fundamentadas que já lhe fizeram nesse domínio, para além de tentar subtrair soberania, coarctar liberdade e margem de manobra ao povo guineense, DSP, depois de tentar subverter a ordem na ANP com o seu comparsa Cassamá, continua a tentar (e as tentativas são puníveis) constranger órgãos de soberania, como a PGR. Por outro lado, não se compreende a inacção do PGR, em matéria de acção penal, atendendo à objectividade e visibilidade dos reiterados crimes de Domingos Simões Pereira. Os terroristas, na Guiné-Bissau, circulam livremente pelo meio de toda a gente, e, aparentemente, podem mesmo candidatar-se à Presidência da República.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Cravinho na ferradura

Um Ministro da Defesa Nacional (Portugal), declara gratuitamente, quando lhe perguntam sobre a situação na Guiné-Bissau, que quer ajudar Forças Armadas estrangeiras? Tem algum mandato para se preocupar com a soberania da Guiné-Bissau? 

"aguarda a estabilização da Guiné-Bissau para apoiar as Forças Armadas do país nas funções de soberania"

Tratando-se, como o quer fazer parecer, de cooperação bilateral, o MD deveria anunciá-lo ao lado do seu homólogo guineense, e não do seu homólogo brasileiro. Não se decidem assuntos tão graves das pessoas nas suas costas. Cravinho, atrás das costas do Primeiro-Ministro português, em sintonia com Augusto S.S., ambos intoxicados por DSP, dão a vitória deste por adquirida. No entanto, declarações deste tipo, através de agências noticiosas oficiais, vinculam moralmente. Poderão ser, com extrema facilidade, acusados de neo-colonialismo, por jornalistas europeus mal intencionados. 

Aqui na Guiné os senhores não querem nada. Aqui quem quer são os guineenses. A primeira tarefa, para o novo ocupante do Palácio em Bissau, será, sem dúvida, colocar no lugar este tipo de gente, que julga poder jogar à bola com a soberania do povo guineense. Talvez depois se possa ajudar os infelizes a perceber que, no desempenho de funções governativas, se devem alhear das disputas políticas internas dos países estrangeiros (mesmo que irmãos), limitando-se a manter uma postura de Estado.

Testemunho ou recibo?

Há uns tempos, o blog faladepapagaio, uma indústria de copy/paste, publicou, oportunamente, em cabeçalho, um pedido de patrocínio. Um ou dois dias depois, apagaram. Um ou dois dias depois, a linha editorial sofreu uma drástica alteração, assumindo uma evidente tendência DSP.

A quem querem enganar com este "testemunho"?

Afirmam que não adianta tentar diabolizar DSP, mas DSP diabolizou o Presidente da República durante vários anos... agora que é candidato sente-se diabolizado?

O blog MdT tem muita pena, mas vai continuar a usar o seu pincel para infernalizar o candidato ao paraíso, lamentando que o papagaio tenha furado um olho.

De qualquer forma, devem agradecer os foguetes ao Domingos, pois, finalmente, ao fim de tantos anos, assinaram produção "própria". Ou seja, desvirtuaram o nome. Já não são "fala de pagagaio".

Agora são "a fala do dono".

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Mais um atentado à soberania por parte de DSP

A verdade é que, sendo já incontáveis, os atentados à soberania nacional consumados pelo referido não surpreendem e até já houve quem pedisse a sua condenação por traição à pátria. Da segunda das três preocupações expostas pelo candidato presidencial à comitiva da CEDEAO, recolhidas pelo jornalista Aly Silva, consta que "o procedimento que foi observado para a escolha do PGR não correspondeu totalmente àquilo que foi a indicação da cimeira dos Chefes de Estado [da CEDEAO]". Se, por hipótese meramente académica, admitirmos que chega a Chefe de Estado, deveremos presumir que defende que seja "totalmente" seguido o mesmo "procedimento"? Das duas, uma: ou pretende transformar o país numa colónia da CEDEAO, ou tem dois pesos e duas medidas. O que, em qualquer dos casos, não é obviamente muito abonatório para a sua credibilidade como candidato.

sábado, 7 de setembro de 2019

A voz do dono


A campanha dominguista contra as Forças Armadas (FA) continua em força, desta vez pelos seus paus mandados. A Ministra da Justiça, Rute Monteiro, em declarações à Lusa, trata as FA como inimigas do povo, defendendo que as violações (presuma-se que sistemáticas e continuadas) de Direitos Humanos que lhes imputa só foram contidas "porque (sic)* uma atitude firme da comunidade internacional depois dos últimos acontecimentos, o que ajudou a travar os ímpetos da violação de direitos humanos" acrescentando o jornalista (que dá mostras de não compreender o objectivo das declarações) "A governantes (sic) referia-se à presença de uma força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no país, a Ecomib, e às sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU a vários militares". O profissional poderia igualmente, em proveito da compreensão, ter explicado ao leitor que com "últimos acontecimentos" a declarante se refere ao ocorrido no dia 12 de Abril de 2012 (é que nisto de agências noticiosas, "últimos acontecimentos" tem um prazo de validade bastante mais curto). 

A quem interessa a hostilização das FA, e porquê, neste momento? Wellington Calasans (que se gaba de bem informado) já o confessou: porque DSP, no seu extremo convencimento, está seguro que vai ganhar as eleições (certezas um pouco suspeitas, tais como as sondagens que tem em seu poder, conduzidas pela pouco credível equipa brasileira) e teme ser vítima de um golpe que o desaproprie do troféu. Um político de craveira não lida assim com os seus medos e paranóias, se é que os sente sequer (nem que seja para não correr riscos do fenómeno bem conhecido de self-fulfilling prophecy).

A Ministra deveria ser confrontada com as suas declarações e ser questionada quanto àquilo que pode ficar a pensar sobre as FA um leitor estrangeiro (pouco informado sobre o assunto), ao ler o teor das suas confusas declarações. A senhora, depois de cumprido o serviço encomendado, quis brilhar e acrescentar o seu contributo. Já em excesso de zelo, para exemplo de violações dos Direitos Humanos (DH), refere-se ao seu caso pessoal, "eu fui vítima de violação dos meus direitos enquanto profissional e enquanto ser humano", expondo pessoalmente profissionais identificáveis do sector que tutela, numa atitude inqualificável (para evitar o "criminosa", em atenção ao cargo desempenhado). Vem a público defender que os seus DH foram violados porque o processo que intentou (e não "instaurei" como diz - quem instaura é o detentor da acção penal, o Ministério Público - pelos vistos, a Ministra não domina a semântica do sector) está parado? Patético! (se não mesmo atordoante). Total promiscuidade demonstrada entre a esfera pública e a privada. À imagem do egocentrismo do chefe. 

* A frase está truncada, faltando o verbo (houve, por exemplo)... o parágrafo seguinte começa por "A governantes..." recomenda-se aos propagandistas de DSP na Lusa mais atenção à qualidade dos textos, para não descerem ao nível do Jornal de Angola. Ao estagiário que produziu esta pseudo-notícia, recomenda-se que aprenda a disfarçar melhor que está a fazer um frete: que a "corrupção e impunidade são uma realidade" da Justiça guineense não é novidade nenhuma há mais de 40 anos, não serve para título de uma notícia sem deixar o "rabo de fora". Sem outros pretextos, a Ministra não tinha nada mais para dizer que não fosse a diabolização das FA, ao serviço do seu dono. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Como Domingos já não quer ser Primeiro-Ministro...

Como Domingos já não quer ser Primeiro-Ministro... Aristides tomou o seu lugar. Até já dá a entender, para efeito jornalístico, que foi eleito: "a população espera do atual executivo, saído das eleições legislativas de março passado, (...)" Também Cassamá está sempre à espera que Jomav viaje para usurpar o protocolo de Estado.

Entretanto, o PRS faz graves acusações a Aristides, entre outras coisas e à boca pequena, de ter usado o dinheiro roubado ao Estado para investir em cocaína e facilitar ao mais alto nível estatal o seu trânsito; fazem-se mesmo apostas sobre se conseguirá ou não, desta vez, resgatar a encomenda (três vezes maior que a outra) do cofre do Estado. 

O PAIGC, por sua vez, mostra-se muito ofendido com a exposição daquilo que toda a gente já sabe, em relação ao financiamento da sua campanha para as legislativas. E dão provas de memória curta: agora que estão no poder, não apreciam a propaganda do narco-estado, mas em tempos DSP não teve qualquer escrúpulo em acusar o Presidente da República de ser um barão da droga. Droga que serve agora de arma de arremesso: acusa-se o Primeiro-Ministro de narco-traficante, anuncia-se a apreensão de carros de gente da oposição supostamente envolvida... 

A propósito de financiamento, soube-se das dívidas da CNE em relação às últimas eleições: ou seja, a comunidade internacional vai supostamente financiar por inteiro umas eleições, cujo "recenseamento" consiste simplesmente em correcções selectivas ao ficheiro (e sem controlo da oposição). O dinheiro servirá apenas para pagar dívidas da anterior eleição, a qual, por sua vez, já tinha sido prévia e excedentariamente financiada... Portanto, se já tinham recebido o dinheiro para as legislativas, e agora vêm dizer que o estão a dever, é simples e só tem uma explicação: o dinheiro foi desviado.

Em relação aos aviões descarregados com material de campanha, e atendendo ao incumprimento pelo PAIGC das quotas impostas pela Lei da Paridade, implicando a perda de benefícios fiscais, as autoridades aduaneiras, se estiverem atentas, deverão analisar a apresentação de contas desse Partido, para exigir os devidos direitos alfandegários sobre o seu valor comercial.

DSP não está preparado para ser Presidente


Domingos Simões Pereira não está preparado para ser Presidente, pois não conhece a Constituição da República. Sem conhecimento da Constituição, é impossível ser o "garante da Constituição" (art. 62º - 1) e "defender a Constituição" (art. 68º - b), funções atribuídas ao Presidente da República.


Em declarações ao semanário Expresso, DSP afirmou que as Forças Armadas "são uma força estranha ao quadro da soberania nacional". Ora o artigo 20º da Constituição, dedicado às Forças Armadas, no seu ponto 1, consagra expressamente que lhes "incumbe defender a independência, a soberania e a integridade territorial".

Estas declarações representam um claro tiro no pé em vários sentidos. Demonstram que não melhorou da sua arrogância congénita, evidenciam a sua intrusiva ambição de poder absoluto, e resultam numa irritante e gratuita hostilização das chefias militares e da classe castrense no seu todo.

A imaturidade política faz morrer na praia.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Jornal ou Blog de Angola?


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O Jornal de Angola publicou um especial, no qual um bloguista brasileiro radicado na Suécia, Wellington Calasans, realça o papel de destaque de Angola na cena política guineense. Como o Jornal de Angola nem sequer apresenta o analista e este é desconhecido dos guineenses (só se lhe conhece um artigo de pura propaganda pró-DSP), ainda antes de abordarmos a parcialidade do conteúdo, justifica-se que o queiramos conhecer melhor, para aferirmos da legitimidade das suas alegações e tentar perceber qual o alcance, a intencionalidade e a actualidade do presente especial no jornal oficial. São feitas insinuações, prognósticos e mesmo ameaças veladas dificilmente imputáveis a uma política diplomática responsável, no campo internacional: como lidarão as autoridades angolanas com o futuro presidente, se o povo guineense, que é quem deve decidir, optar por outra solução para além daquela que tão empenhadamente preconizam? Pretendemos, com este texto, denunciar o autor, o mandante, o editor, e, em última instância, os responsáveis políticos, pelo absoluto desrespeito demonstrado pela soberania do povo guineense. 

Atendendo ao destaque dado ao autor, profundidade e actualidade diplomática do assunto, suposta responsabilidade e credibilidade que empresta a publicação num jornal oficial como o Jornal de Angola, seria de esperar tratar-se, no mínimo, de alguém com um curso de jornalista. No entanto, trata-se de um simples bloguista brasileiro, caído em desgraça no seu país. Em tempos defensor acérrimo de Lula, teve o seu momento de glória, mas o poder mediático que rapidamente adquiriu o blogue/conceito de directos de opinião (Duplo Expresso, que desenvolveu em parceria com um outro bloguista, Romulus Maya) rapidamente hipertrofiou a sua inata megalomania. O seu patrono, que o lançou e apoiou inicialmente no conhecido blog brasileiro Cafezinho, Miguel do Rosário, sentiu-se obrigado a publicar um documento público esclarecendo o seu “nível inacreditável de mau carácter e insanidade”, acusando Wellington Calasans de “irresponsável, truculento e desonesto”.

Quanto ao seu parceiro no Duplo Expresso, a pesquisa revela-se mais surpreendente ainda, expondo as suas conexões a Angola: um jornalista brasileiro, Luís Nassif, apresenta-o em “o estranho caso do advogado internacional que virou blogueiro”, revelando que este fez parte da equipa que preparou a entrada da Trafigura em Angola (monopólio de combustíveis), ou seja, como implicado nas actuais redes de corrupção do “novo” regime angolano pós-Eduardo dos Santos, acrescentando que as investigações Lava Jato pouparam misteriosamente as ramificações angolanas do escândalo da PetroBras à Trafigura. Romulus de seu nome, é descrito por Miguel do Rosário como “uma pessoa completamente desequilibrada, que não tem a mais leve noção de ética (…) uma pessoa com graves problemas mentais. Suas observações sobre ‘uai, precisa de fonte?’ são estarrecedoramente antiprofissionais, mesmo para um não-jornalista.” É ainda descrito como “vaidoso”; “mentiroso”; “chantagista”; “sórdido”; “vingativo”; “perigoso”, entre outros mimos pouco abonatórios para a sua personalidade. 

Ambos os personagens estiveram envolvidos em quezílias sobre financiamento de blogues, sendo apontados como oportunistas e demagogos. Alguns acusam expressamente esta dupla de traição, e mesmo de responsabilidade pela derrota de Lula, pelas sementes de discórdia e dissensão que espalharam entre as suas fileiras, actuando como quinta coluna do adversário. 

Ora se, no artigo prévio do autor em relação à Guiné-Bissau, já citado, se podiam ainda tratar de simples especulações de um bloguista, à pesca de patrocinador, já com a publicação num jornal oficial o caso muda de figura. Presume-se que, num assunto tão melindroso, não haveria publicação sem aval superior, ou pelo menos conhecimento a algum nível da máquina diplomática, nomeadamente o embaixador... A megalomania, bem identificada no autor, parece ter sido naturalmente bem acolhida em Luanda. Ora é precisamente isso que é preocupante: o novo regime angolano parece dar crédito a pessoas pouco recomendáveis, em assuntos muito sensíveis. 

O bloguista agradece, na sua página pessoal do FaceBook, a colaboração de várias pessoas na visão que oferece neste “especial”, entre elas, Geraldo Martins, Ministro do actual Governo. O ponto de vista inteiramente parcial, a ausência de contraditório, o absoluto anonimato das fontes (associado ao do autor), desclassificam obviamente a peça do ponto de vista da deontologia jornalística, situando-a claramente no campo da propaganda. Parece indubitável que o pretenso jornalista fala em nome das autoridades angolanas, ao serviço exclusivo de um candidato às próximas presidenciais na Guiné-Bissau. 

O especial começa por relembrar as pretensões de Angola, de há uns tempos para cá, sempre em conluio com DSP, de pressionar a CEDEAO a aceitar uma MISSANG II, com base numa imposição da União Africana, presidida/controlada precisamente por Angola. A ideia parece ser bajular o leitor angolano, o qual não tem qualquer ideia (nem teve, na altura da MISSANG I, assunto que foi completamente abafado) dos renovados projectos expansionistas de Angola a norte do Equador. 

Já que um brasileiro, radicado na Suécia, num jornal angolano, nos trata a nós, guineenses, como povo irmão, façamos um exercício de fraterna reciprocidade: imaginemos por um instante que o governo guineense tinha tomado partido por Samakuva, três meses antes das últimas eleições presidenciais; teriam as autoridades angolanas reagido com a mesma passividade que as guineenses? 

Este especial tem dois visados, Jomav e Cadogo, concebidos como os potenciais adversários de DSP numa eventual segunda volta (que o autor deste especial julga miraculosamente dispensável, se Angola se apressar a cobrar de volta os badalados doze milhões de dólares). O PAIGC de DSP pretende apresentar-se (seria mais apropriado impor-se) como virtual e inelutável vencedor das presidenciais de 24 de Novembro. Para criar essa convicção chega ao cúmulo de denunciar futuros golpes contra a sua presumida vitória.

A maquiavélica e demasiado óbvia intenção de colocar os dois ex-governantes, Jomav e Cadogo, em choque, para que se desgastem mutuamente, beneficiando DSP, que ficaria a assistir da bancada, omite contudo alguns aspectos importantes, dando provas de total demagogia. Confunde os leitores angolanos sub-informados, a quem parece que os vazamentos apanharam os dois a falar um com o outro. Ora, a questão é tudo menos nova, como o bloguista a apresenta. Pois, não foram os dois que se acusaram mutuamente, como sugerido, foi o PAIGC que lançou a questão muito convenientemente na ordem do dia e na agenda dos jornalistas. Por um lado, a acusação já foi invocada contra Jomav, tendo sido o PAIGC de DSP quem lhe limpou a ficha e o colocou no lugar que ocupa; por outro, o jornal oficial angolano mostra ter memória curta, pois está a trair o antigo aliado, o que fica sempre feio, feito de forma tão descarada. 

Aliás, nesta história de traições, a verdadeira dupla parece ser Jomav e DSP, que deram provas de mal agradecidos em relação a Cadogo, que os alçou ao seu estatuto cimeiro. O autor do artigo torna-se patético quando sugere que o dinheiro “constitui um prejuízo financeiro aos cofres públicos angolanos” e fala na sua “cobrança”, dando como exemplo a luta contra a corrupção em Angola. Bom. Brincadeira tem hora…

Na sua propaganda, o bloguista entra no campo da ficção quando cita Cadogo: trata-se sem dúvida de uma pretensa citação pois encontra-se entre aspas, constituindo portanto grave calúnia e sendo passível de procedimento criminal. É óbvio, para quem conhece a personalidade de Carlos Gomes Júnior, que nunca se exprimiria dessa forma, primeiro porque não admitiria “cair”, depois, por lhe ser indiferente, de todo o modo, o destino de Jomav. O ex-bloguista está a usar dos mesmos sórdidos métodos de mentira, que levaram à sua unânime condenação na blogoesfera brasileira. As suas divagações seriam inócuas sem o carimbo oficial de Angola, tornando-se assim numa ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau. 

Todavia, não serão um punhado de bajuladores, de serviço em Luanda, que virão dar lições de moral e de democracia aos guineenses. O povo angolano sofre, como o guineense, da péssima qualidade das suas elites políticas: o nível de descrédito a que chegaram é proporcional ao destaque dado a este outsider oportunista e sem escrúpulos.