segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Condagens ou sontagens...

O "jornalista" JA começa por confundir, logo no título, "contagens" com "sondagens". À frente das sondagens? Isso era anteontem! Agora é questão de contagens, senhor espião convidado especial do embaixador! O carácter insidioso e anti-jornalístico do artigo, denuncia-se imediatamente pelo estilo: "registo, ainda por confirmar, de alguns incidentes que supostamente terão marcado o acto".

Começa afirmando que «em Bissau começou, pela primeira vez, a ser dado como certa a possibilidade de uma vitória de Domingos Simões Pereira, na primeira volta.» Vamos esquecer os erros de género (possibilidade é feminino) e concentrar-nos no conteúdo. Uma possibilidade dada como "certa" deixa obviamente de ser uma "possibilidade", para ser uma certeza. 

«De acordo com informações ainda por se confirmar, altos funcionários do gabinete do Presidente cessante teriam sido detidos em posse de cartões de voto já assinados e avultadas somas em dinheiro para tentar influenciar as tendências de voto.» Cartões de voto? Em Angola não querem saber disso para nada, já sabemos que deitam as urnas aos crocodilos e inventam os resultados que apetecem à cúpula. Mas aqui na Guiné, temos cartões de eleitor e boletins de voto... "já assinados"? Aqui o voto é secreto!

«A fraca afluência de eleitores às urnas, foi a grande marca de registo". Esta informação é a marca registada da estupidez do JornalistA, pouco atento aos comunicados oficiais da porta-voz da CNE, que declarou “Continua a registar-se uma afluência massiva às urnas”. Mas há mais: então espera-se que as "eleições presidenciais venham a resultar no fim da instabilidade política que, de algum tempo a esta parte, representa o grande factor de instabilidade na Guiné-Bissau». Então a instabilidade é o grande factor de instabilidade? Monsieur de la Palisse não diria melhor...

O pseudo-jornalista continua, dizendo que o chefe dos olheiros da CPLP «considerou que o processo de votação foi “tranquilo, pacífico e ordeiro”, salvo “raríssimas excepções”. (...) Questionado sobre que tipo de irregularidades foi detectada, Oldemiro Balói referiu a contestação sobre a posição das cabines de votação com as pessoas a reclamarem “mais privacidade”, porque isso “podia dar azo a que as pessoas pudessem fotografar os votos para fins inconfessáveis”. No entanto, estes “foram casos pontualíssimos” que “não caracterizam a votação” e “nada que possa manchar o processo”» Traduza-se (apesar de patente e cristalino) que Angola e Portugal, instrumentalizando a CPLP, estão ansiosos por certificar a fraude do PAIGC. Note-se o uso dos superlativos e a omissão do verdadeiro caso, cuja relevância quase motivou uma revolta, com saída da sede do PRS, à hora de fecho das urnas.

Ó António, vai atirar Pimenta para os olhos de outros.

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