A interminável tragédia que assola a Guiné-Bissau recua aos tempos em que a luta pela independência atraía apetites e desconfianças injustificados. Os dirigentes dos países vizinhos, Presidente Sékou Touré da Guiné Conacri e Leopoldo Senghor do Senegal, conscientemente ou não, desempenharam papéis contrários aos interesses e ao futuro do povo bissau-guineense.
Cada um deles, só era visionário sobre esse futuro, em função dos seus próprios critérios: para o primeiro, este deveria desembocar num cenário de substituição de Portugal por ele próprio (o sonho da Grande Guiné); para o segundo, a ideia era neutralizar os nacionalistas, remetendo-os à inacção, por medo de contágio e do estabelecimento de um pacto com os povos de Casamança (segundo terá confidenciado ao autor o presidente Senghor, acrescentando "não querer palestinianos à sua porta").»
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PS Apenas a assinalar que a culpa de que o autor acusa genericamente Portugal, em relação a ter aceite Pedro Pires (um dos autores morais do assassinato de Cabral) nas negociações que conduziram à independência, é estritamente endossável a Mário Soares, e nunca ao Presidente da República de então, General Spínola, que se recusou a apertar-lhe a mão na cerimónia, pois recebera a sua palavra de honra que não tocariam nos seus homens.
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