sábado, 23 de novembro de 2019

O abominável homem das neves

Temos plena consciência de que muitos não concordarão em tratar Zé Maria de homem, julgando mais adequado o réptil ou o insecto rastejante. Mas neste blog não nos permitimos essas legítimas analogias da liberdade de expressão, mantendo o respeito (que não merecem os lacaios do neo-colonialismo) aos adversários de nossa mistida.

O Zé Maria partilha no seu facebook e envia para publicação um choradinho, a pretexto da sua umbilical insatisfação. Mas que temos nós a ver com a sua incompetência para a felicidade? Temos a culpa que tenha assimilado mal algumas conversas de branco? Sejamos humanos: o Zé Maria não tem a culpa, o pai é que lhe devia ter dado o nome da mãe. Isso de usar lixívia no nome é anti-africano.

O Zé Maria vai com as outras não gostou da visita do candidato melhor posicionado que o seu comparsa cacre lá no continente. E vai daí, pôs-se a debitar conversa mole e pseudo-tolerante, eivada do maior cinismo. Não queremos alargar-nos muito (que a insignificância do agente não o justifica) e vamos portanto apenas repôr algumas verdades, sem pretensão de serrar o nariz ao Pinóquio, para não ter de pôr bolinha no blog.

A azul o Zé Maria

«Em nenhum momento foi subserviente» Claro, não tendo sido por subserviência que serviu de ponte aos americanos na prisão de um almirante guineense, deve ter cobrado o serviço... deu entrada dos respectivos valores no cofre de Estado?

«Segundo ele, em Cabo Verde, o eixo do mal é o PAICV (presume-se que também deve ser extirpado do campo político), e regozijou-se com a sua derrota nas eleições de 2016» Segundo ele? segundo ele quem? só se fôr o próprio Zé Maria! o outro está mais preocupado com o que se passa no continente para lhe dedicar alguma atenção. Mas vamos entrar no jogo do mistificador por encomenda. Será que o ZM se esqueceu que se tratava de um partido único, ainda conservado na memória da designação continental? O cancro já é antigo e tem tolhido durante todos estes anos o desenvolvimento GC. Teria sido, portanto, perfeitamente legítima a imputação. Se o senhor está insatisfeito com a situação, porque não fez, quando era Primeiro-Ministro, uma reclamação na ONU exigindo a retirada do nome do seu país da designação de um partido estrangeiro? Os franceses proibiram a utilização da designação "champanhe" em gaseificados portugueses e os portugueses proibiram os sul africanos de vender "Vinho do Porto" (contra)feito no Cabo. 

«Sempre que se tentou dividir o mundo entre o bem e o mal e impor o bem, os resultados foram catastróficos». Pois, o seu cinzentismo complexado (em vez de encarar a miscigenação como uma oportunidade de expansão, encara-a como um atrofio de kumpu raça) condimentado por um mal ensaiado ateísmo, impedem-no de discernir entre o bem e o mal, tornando-o abjectamente imoral. Como é que um banal desenraizado, um vulgar anticulturado (não se usa o "aculturado", porque este termo pode ter duas leituras, para o bem e para o mal; e não queremos induzir a dúvida quanto à nossa opinião), em suma, uma catástrofe, quer vir dar lições de moral? 

«Eu mesmo apoio Domingos Simões Pereira, do PAIGC» Eu mesmo? Mas quem és tu, ó meu? Quanto ao apoio a DSP, já se tinha percebido. PAIG quê?

«Sissoko Embaló, ao sugerir que um dos partidos políticos cabo-verdianos é uma força do mal, “imiscuiu-se grosseiramente” nos assuntos internos de Cabo Verde, “desrespeitando gravemente” o PAICV, um dos pilares da democracia» Portanto... a ver se percebemos: Sissoko, ao dizer que o PAIGC é uma força do mal (a expressão efectivamente usada foi "pertencer ao Eixo do Mal"), pretendia sugerir que o PAICV era farinha do mesmo saco? Não se enganaria muito, claro. Mas não é isso que está em causa. É a suposta indignação do Zé Maria, a tempestade num copo de água. Então uma simples sugestão torna-se num barrete que enfia sem hesitar? Considera que Sissoko se imiscuiu grosseiramente por causa de uma sugestão que só a sua pobre cabecinha de alienado e paranóico consegue discernir? Trata-se de um desrespeito à inteligência do comum dos mortais.

«Faustino Embali, primeiro-ministro recente e ilegalmente nomeado por José Mário Vaz» Enquanto colocar na boca de Sissoko aquilo que ele não disse é tratado como uma grosseira ingerência, desautorizar o Presidente guineense em exercício não passa de mancarra que se atira aos macacos. 

«Não se pode permitir que venha um candidato de outro país, ainda que amigo, contaminar o espaço político, maltratar os partidos políticos com assento parlamentar, e instigar a intolerância, a violência e o medo”, prosseguiu, acrescentando que “só quem não se respeita e não tem sentido de Estado pode permitir tamanho despautério”. José Maria Neves terminou afirmando que ainda se vai a tempo de reparar essa “desconsideração” ao país e às suas instituições democráticas e de exigir um pedido público de desculpas» O cancro não tem moral para falar em contaminar. Maltratar os partidos políticos? Em primeiro lugar o partido não foi sequer referido, isto não passa de uma reles inventona política; em segundo lugar, não seriam "partidos", mas sim apenas o seu Partido. Vícios muito típicos nos dois filhos do PAI deles todos: quando lhes convém, são "únicos", quando não, são muitos. A Liga contra o Cancro também instiga à violência: coitadinhas das células cancerígenas. Desconsideração é o simples facto de Zé Maria existir. Quanto ao pedido, a resposta é dada por contracção do primeiro d, para sermos educados (que também tem dois d).

PS Estávamos a dizer que não íamos colocar bolinha vermelha neste blog, mas apetece-nos fazer uma excepção, e reduzida ao post scriptum. *Um africano puro (continental e não insular) decidiu fazer uma viagem ao Brasil. Arranjou por lá uma amante sueca, que tinha o namorado na Europa. Durante muito tempo, recusou-se a dizer-lhe como se chamava. Ela, cada vez mais curiosa, chegou um dia em que o ameaçou com greve ao sexo, se não lhe dissesse o nome. Ele, muito a contragosto, contou-lhe como se envergonhava do nome que o pai lhe dera. Acabou por ceder, acedendo a contar-lhe, mas na condição de prometer duas coisas. A primeira, que não contava a ninguém. A segunda, que não se ria. Ela lá fez como ele pedia e ele contou-lhe que se chamava Neve. Ela conteve-se e passaram ao mais importante. Estavam em pleno gritimentu, quando toca o telemóvel. Era o namorado que lhe queria fazer uma surpresa, acabara de chegar ao aeroporto, e pedia-lhe para o ir buscar. Ela olha para cima e responde _Agora não posso, estou debaixo de neve.*

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